sábado, 16 de março de 2013

BUONA SERA!


Buona Sera (Boa Noite)
Surpresa! Eu sou o Espírito Santo!
Depois de um corre-corre frenético para se chegar até a Praça de São Pedro, no Vaticano, que ficou literalmente tomada por milhares e milhares de católicos de todo mundo, e milhões de olhos voltados para a chaminé, dois momentos de apenas alguns segundos, marcaram a cena da eleição do novo Pontífice: quando após um anuncio quase inaudível e meio truncado o pró-diácono anunciou o nome do cardeal eleito, José Mario Bergoglio o outro momento de silencio ensurdecedor, quando o inesperado Papa, após uma olhada como que a querer conhecer e se apresentar ao seu rebanho, convida a multidão a rezar e se inclina para receber ele por primeiro a benção da Igreja que tantas e tantas vezes terá que abençoar.
Cotações, prognósticos, apostas, acordos escusos, aconchavos, parece que nada deu certo e não dará, porque a Igreja dirigida por homens, alguns santos inclusive, não é uma instituição de poderes humanos, onde humanos podem estabelecer seus jogos, ela é Divina e confiada ao Espírito Santo, que não joga o jogo de esconde-esconde.
Todos os perfis e os papáveis falharam, mas prevaleceu o sonho do Povo e o desejo de Deus. Os aristocratas, os burocratas e os homens de cúria, se esfumaram na fumaça preta, dando lugar a um não cotado, lá do “fim do mundo”, tímido de caráter, mas forte no espírito e na cura do seu rebanho, de olhar profundo e serio, chamado FRANCISCO.
Quando muitos prognosticaram um midiático, o Espírito soprou sobre uma figura simples, quase que escondida, mas que combina em si o vigor, e tenacidade de Inácio de Loyola com a pobreza e a simplicidade de Francisco de Assis, sob o olhar e a ternura de ninguém nada mais e nada menos que o Filho de Deus, confia seu rebanho, desta vez não a um pescador da Galileia, Pedro, mas a um portenho argentino, Jorge Mario Bergoglio.
O mundo de olhos fixos em Francisco, esperando uma resposta, ou quem sabe uma explicação porque ele e não os candidatos tão propalados, ele olha, todos se preparam para uma articulado discurso de agradecimento, quem sabe de propostas mirabolantes, e ele surpreende a todos com um “Buona Serra” como alguém que já faz parte há muito tempo desta família, reza pelo seu antecessor, se inclina ante sua igreja num gesto de quem está ali para servir e suplica que seu povo o abençoe.
O Espírito tem um jeito particular de fazer, que de tão simples, até desconcerta os mais espertos. Francisco, homem comum, como comum, foi o “Povverello de Assis”. Sua história, uma história como de todos os mortais, o homem tão sonhando e tão esperado pela Igreja e pelo mundo. Chegou silencioso, quase que como a se desculpar por estar ali, mas já deixou bem claro a que veio: sou o vosso bispo, sou o bispo de Roma e como tal da Igreja do mundo inteiro.
Que sua missão seja fecunda Francisco, como foi fecunda a vida daquele de quem quiseste herdar o nome.
Buona Sera Francisco!

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