sábado, 5 de maio de 2012

ELEIÇÕES 2012 - A CABRESTO E ESPORA

“Mudança de época”, virou moda! Em todos os discursos, não importa o tema e nem a opção, seja de quem se diz de direita, como quem se proclama de esquerda, religiosos da glória ou os  defensores de uma religião armada, todos dizem que o mundo está assim, por causa desta tal mudança de época. Seria ela um novo inimigo invisível, como aqueles amigos que se tinha na infância?
Essa tal mudança de época provoca tantas “mudanças”, mas em alguns casos a tão poderosa, se torna frágil e impotente. Como é possível que ela não consiga arrancar do meio da nossa sociedade, o marasmo do povo e a falta de escrúpulos de quem o governa? É tanta gente “orando”, bradando aos céus, fazendo as mais deprimentes penitências para pagarem seus pecados e as coisas parecem cada vez piores.
Estamos prestes a iniciar o nosso campeonato brasileiro de “caça ao voto”, alguns, que já cavalgam há muito tempo sobre o lombo deste povo “masoquista”, nem esperaram o tiro da largada, já apertaram os cabrestos, carcaram as esporas e por se considerarem acima de Deus e da lei, saíram em disparada. Outros, que poderiam ser a alternativa, se abocanham, tentando eliminar concorrentes que poderiam estragar a sua vida de lobo em pele de cordeiro.
Antes a gente se orgulhava de trocar o nosso voto por um quilo de arroz, a promessa de um lugarzinho na câmara de vereadores ou quem sabe fazer parte da multidão dos injustamente remunerados da prefeitura. Hoje, a gente se contenta em ouvir discursos inflamados, de nos emocionarmos com as lágrimas de crocodilo derramadas em palanques, e depois nos deliciarmos com a bizarrice do dinheiro na cueca, no sutiã, e achamos de uma criatividade, que supera Steven Spielberg, o momento de “louvor e glória” em agradecimento pelo dinheiro ganhado na corrupção.
Enquanto atacamos a cachoeira, o rio continua correndo caudaloso e abundantemente alargando seus leitos de corrupção na administração dos bens públicos. Enquanto no areópago da estupidez popular, os bobos das cortes se encantam com a crueldade que se  faz com os demóstenes, hospitais são sucateados, postos de saúde não funcionam, a educação caminha em queda livre para a decadência. Saem os valores morais, os crucifixos dos lugares públicos e entram as armas pesadas e nas favelas e nas periferias, ao mesmo tempo em que as drogas correm soltas nas rodas de malandragem da alta burguesia.
Entra o estado laico e sai o estado de direito. E a gente continua em contagem regressiva para o primeiro pontapé rumo às urnas, que cegas e frias recolhem os votos obrigatórios de cabresto em “laranjas”, “abacaxis” e “bananas”, frutas de quinta, que recheiam a linda cesta de  dos donos da terra, do poder e da vida do povo.
Daqui a pouco as cortinas dos meios de comunicação se abrirão para o desfile macabro de rostos conhecidíssimos e de outros que de tão feios não nos arriscaríamos a confiarmos o nosso voto a eles. Sem opção, repetimos a dose do veneno que tomamos há quatros anos, somente que agora, muito mais fortalecido, pois foi reforçado no laboratório do embrolho, do engodo e da aventura maquiavélica de legislar e governar.
O que fazer?
Aguarde os próximos capítulos. Quem sabe a gente consegue apresentar um melhor layout para as eleições 2012. Mas você pode opinar. Se você está de acordo bata palmas para este discurso, mas se você acha que ele é paranoia, goze a cântaros dando lhe uma estrondosa vaia.

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