segunda-feira, 5 de março de 2012

Brincando de ser Deus

Brincando de Deus Durante quase toda a semana passada os meios de comunicação noticiaram a decisão de casais homoafetivos de terem filhos, adotivos ou com a participação de uma das partes, num dos casos mais específicos, a fecundação in vitro. Em muitas reportagens, alguns jornalistas ou apresentadores chegaram afirmar: “resolvendo assim o problema de paternidade/maternidade do casal”. A minha preocupação vai exatamente nesta direção. Resolver o problema do casal, mas não levar em conta que há uma terceira vida neste intricado de coisas e de “problemas”. Há uma criança, adotada ou gerada, que precisará viver nesta situação. O que se pensou em relação a ela? Não ouvi ninguém falar de como seria presumidamente a vida destas crianças, que terão escritos em suas certidões de nascimento uma dupla maternidade ou paternidade.
Ficou-me martelando muito uma canção do meu tempo de adolescente, que hoje é tida como brega. A música o telefone chora, do cantor Marcio José. A música fala de um relacionamento hetero que terminou, mas que ficou uma filha. A um determinado momento do diálogo, quando ele pergunta à filha se ela vai à escola, ela responde que sim, e com uma voz questionadora ela diz que quem assina os boletins dos seus coleguinhas é o papai e o dela não, é a mamãe. Note bem, ela tinha a mamãe e o papai e estava confusa com quem deveria assinar o seu boletim, fico imaginando como estará confusa a cabeça destas crianças que ao invés de um pai e uma mãe, terão dos pais ou duas mães. Que explicação lhes darão? Quando a mãe/pai cria um filho/a sozinho/o sempre têm uma história para contar, se amava: o papai/mamãe virou um anjo. Se o amor não era tão grande assim e existem mágoas na separação: ela/ela foi embora porque não prestava, mas têm uma história, linda ou não. O que vão falar os/as pais/mães homoafetivos/as? Que história contarão sobre o sexo oposto? O que me assusta é que aos poucos estamos nos tornando deuses. Já decidimos quem deve ou não nascer. Estamos a um passo de decidirmos sobre se devem nascer mais homens ou mais mulheres, e agora decidimos que para resolvermos nossas opções sexuais geremos vidas, como se tratasse de um simples brinquedo, ou um instrumento terapêutico. Tenho problemas, não gosto do sexo oposto e desejo ter filhos a gente faz um. Não importa se ele terá dificuldades em entender o que a gente fez: importante é que eu ame a quem quiser e tenha um filho para parecer igual ao que é natural. O meu susto maior é ver que aqueles reacionários de plantão, que estão à espreita de qualquer deslize dos padres, dos agentes de pastoral, dos políticos honestos não se manifestaram, assim com não o fizeram em relação às células troncos de fetos, em relação ao aborto, máquina de camisinha nas escolas públicas, contra a devassidão e imoralidade do Big Brother Brasil. E a ética? E a Bioética? As Igrejas? O Estatuto da Criança e do Adolescente? O que pensam sobre isso? Os deuses continuam avançando e cada vez mais ousados, vidas estão sendo manipuladas, desejos pessoais estão suplantando o direito de viver com dignidade e o silêncio dos crentes, ensurdecido com o alto volume de suas preces não escuta e nem percebe a gravidade onde a vida se meteu. Óvulos/espermatozóides compartilhados. E no caso de separação de quem será o/a filho/a? O ser humano sempre desejou ser Deus, aliás há um salmo que diz que somos deuses, mas tem gente que não leva a sério isso, ao invés de ser deus, está brincado de sê-lo. Deus não brinca. Quando realiza, realiza tudo bem feito e bom. Assim como quando na criação, criou o ser humano, homem e mulher o criou e viu que era muito bom.

Um comentário:

  1. Si; el hombre quiere jugar a ser Dios; quiere saberlo todo, quiere crear vida, clonar y modificar seres vivos; combatir enfermedades y resucitar muertos, volar por el cielo -donde mora Dios. El hombre quiere controlar la vida y la muerte, quiere alcanzar las estrellas, inventar algo que pueda acabar con el planeta y se ufana en alcanzar la inmortalidad.
    Si; el hombre quiere jugar a ser Dios pero jamás lo igualara ni lo superara, le falta ser omnipresente, omnipotente, que mucho le falta al hombre!
    Lo irónico es que el hombre quiera imitar las grandezas que Dios hace pero no imita su amor, su comprensión, su perdón ….

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