“Mudança de época”, virou moda! Em todos os discursos, não importa o tema e
nem a opção, seja de quem se diz de direita, como quem se proclama de esquerda,
religiosos da glória ou os defensores de
uma religião armada, todos dizem que o mundo está assim, por causa desta tal mudança
de época. Seria ela um novo inimigo invisível, como aqueles amigos que se tinha
na infância?
Essa
tal mudança de época provoca tantas “mudanças”, mas em alguns casos a tão
poderosa, se torna frágil e impotente. Como é possível que ela não consiga
arrancar do meio da nossa sociedade, o marasmo do povo e a falta de escrúpulos de
quem o governa? É tanta gente “orando”, bradando aos céus, fazendo as mais
deprimentes penitências para pagarem seus pecados e as coisas parecem cada vez
piores.
Estamos
prestes a iniciar o nosso campeonato brasileiro
de “caça ao voto”, alguns, que já cavalgam há muito tempo sobre o lombo
deste povo “masoquista”, nem esperaram o tiro da largada, já apertaram os
cabrestos, carcaram as esporas e por se considerarem acima de Deus e da lei, saíram
em disparada. Outros, que poderiam ser a alternativa, se abocanham, tentando
eliminar concorrentes que poderiam estragar a sua vida de lobo em pele de
cordeiro.
Antes
a gente se orgulhava de trocar o nosso voto por um quilo de arroz, a promessa
de um lugarzinho na câmara de vereadores ou quem sabe fazer parte da multidão
dos injustamente remunerados da prefeitura. Hoje, a gente se contenta em ouvir
discursos inflamados, de nos emocionarmos com as lágrimas de crocodilo
derramadas em palanques, e depois nos deliciarmos com a bizarrice do dinheiro na
cueca, no sutiã, e achamos de uma criatividade, que supera Steven Spielberg, o
momento de “louvor e glória” em agradecimento pelo dinheiro ganhado na
corrupção.
Enquanto
atacamos a cachoeira, o rio continua correndo caudaloso e abundantemente alargando
seus leitos de corrupção na administração dos bens públicos. Enquanto no areópago
da estupidez popular, os bobos das cortes se encantam com a crueldade que
se faz com os demóstenes, hospitais são sucateados,
postos de saúde não funcionam, a educação caminha em queda livre para a
decadência. Saem os valores morais, os crucifixos dos lugares públicos e entram
as armas pesadas e nas favelas e nas periferias, ao mesmo tempo em que as
drogas correm soltas nas rodas de malandragem da alta burguesia.
Entra
o estado laico e sai o estado de direito. E a gente continua em contagem regressiva
para o primeiro pontapé rumo às urnas, que cegas e frias recolhem os votos
obrigatórios de cabresto em “laranjas”, “abacaxis” e “bananas”, frutas de
quinta, que recheiam a linda cesta de dos donos da terra, do poder e da vida do
povo.
Daqui
a pouco as cortinas dos meios de comunicação se abrirão para o desfile macabro
de rostos conhecidíssimos e de outros que de tão feios não nos arriscaríamos a
confiarmos o nosso voto a eles. Sem opção, repetimos a dose do veneno que
tomamos há quatros anos, somente que agora, muito mais fortalecido, pois foi
reforçado no laboratório do embrolho, do engodo e da aventura maquiavélica de
legislar e governar.
O que
fazer?
Aguarde
os próximos capítulos. Quem sabe a gente consegue apresentar um melhor layout para
as eleições 2012. Mas você pode opinar. Se você está de acordo bata palmas para
este discurso, mas se você acha que ele é paranoia, goze a cântaros dando lhe
uma estrondosa vaia.





